Livro Astrologia em diálogo com a Ciência e a Fé

De um lado, a interdição milenar contra a Astrologia, situando-a entre as tentativas de “dominar o tempo, a história e, finalmente, os homens, ao mesmo tempo que é um desejo de conluio com os poderes ocultos”, como estabelece o Catecismo da Igreja Católica. De outro, o fato de que, com maior ou menor discrição, em todos os tempos conhecidos a aproximação com a Astrologia ocorreu, mesmo que isso produza sentimentos de incômodo por possível desobediência às orientações das igrejas, mesquitas ou sinagogas.

No cenário ocidental contemporâneo, notadamente Brasil, Estados Unidos e Inglaterra, a Astrologia vem cada vez mais, desde a primeira metade do século 20, mesclando caminhos com as Ciências do Comportamento, entre elas a Psicologia, na medida em que a Astrologia contemporânea se diz competente para auxiliar alguém, mais do que tentar informar que destinação lhe está reservada, a conhecer melhor e entender o próprio inconsciente, para poder exercer com maior firmeza o livre arbítrio em práticas de autoaperfeiçoamento rumo ao bom, belo e verdadeiro (se for esta, a escolha do indivíduo).

Há milênios são duas, as principais questões: a) a Astrologia é efetiva, mesmo, ou é só crendice? b) é ético aproximar-se da Astrologia?

Com isto em vista, o livro desenvolve duas vertentes, em linguagem e conteúdo voltado a leigos em Astrologia, Filosofia do Conhecimento, Psicologia e ou Teologia.

Na primeira, após estabelecer uma visão histórica da Astrologia, e depois de demonstrar a inocorrência de ação de energias siderais sobre as escolhas das pessoas, apresenta um modelo epistêmico que, com base em conhecimentos contemporâneos de Biologia Evolutiva, Física de Partículas (Quântica), Neurociências, Psicologia Analítica (junguiana) e Semiologia, propõe e explica uma possível alternativa científica de compreensão da efetividade da Astrologia enquanto arte ou conjunto de técnicas diagnósticas e prognósticas da realidade manifesta.

Na segunda vertente, com base em obras de S. Agostinho, S. Tomás de Aquino e S. Alberto Magno, entre outros teólogos, discute aspectos éticos e ou morais envolvidos na aproximação com a Astrologia e na eventual adoção de suas possibilidades diagnósticas e prognósticas da realidade mental.

Na terceira parte, a título de fechamento, o livro lança um olhar para o futuro, propondo e justificando maior aproximação entre as técnicas astrológicas e variados campos científicos já estabelecidos e reconhecidos, analisando como isso pode se dar de modo consistente e útil segundo as diferentes especialidades astrológicas: Astrologia do Comportamento (para psicodiagnósticos e apoio ao autoaperfeiçoamento íntimo), Astrologia Eletiva (para orientar sobre os momentos mais propícios para determinado fim), Astrologia Financeira (no âmbito dos investimentos de capital, para geração de riqueza), Astrologia Médica (no âmbito de várias especialidades das áreas da Saúde), Astrologia Mundana (eventos no âmbito grupal e ou coletivo), Astrologia Vocacional (para orientação de carreiras e reorientação de propósitos profissionais pessoais), etc.

Propõe também, na terceira parte, o desenvolvimento de um modelo meta-Astrológico com base no que desde 2013 vem sendo chamado pelo autor de “Astrologia Arquetípica”, que, por olhar a partir do alto, consiga relativizar as diferenças entre as variadas modalidades astrológicas – Ocidental, Chinesa, Árabe, Védica (hindu), etc –, entendendo-as todas como conjuntos simbólicos explicativos válidos para suas respectivas culturas, mas portadores de significados comuns à espécie, por ajudarem a significar e descrever parcela importante das dinâmicas arquetípicas psicossomáticas constituintes do ser humano e atuantes de modo perene em sua causação e expressão.

Esta edição escrita em português do Brasil contém 454 páginas foi lançada em 2024-10-08 pela editora Luiz Carlos Teixeira de Freitas.